Reestruturação de agências do BNB: AFBNB solicita rediscussão do modelo em reunião com o Banco

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Atendendo à solicitação da Associação dos Funcionários do BNB (AFBNB), o Banco se reuniu nesta segunda-feira (28) com entidades representativas dos trabalhadores para discutir o processo de reestruturação das agências. Além da AFBNB, o Sindicato dos Bancários de Feira de Santana (BA), a Federação dos Bancários BA/SE e o Sindicato dos Bancários do RN se fizeram presentes ao encontro.


Inicialmente ocorreu a apresentação do processo pelo Banco. A fundamentação é que um dos objetivos é parametrizar as agências adequando o tamanho da unidade, estrutura, logística e pessoal à realidade em termos de volume e prospecção de negócios. Os representantes do Banco registraram que o modelo foi pensado em 2014, sendo implantado agora como piloto a partir de 15 praças onde ocorreu a desmobilização de agências, haja vista a premência da adequação de pessoal, carteiras e instalações.


Os representantes das entidades enfatizaram que a lacuna entre a concepção e a implantação constitui um  agravante, uma vez que se teve muito tempo para discutir amplamente a proposta com transparência, sobretudo nos locais, mas que não foi realizado.


A AFBNB reafirmou o que disse em matéria sobre o assunto, questionando tanto o conteúdo (focado e utilizando como parâmetro o mercado) quanto à forma (“apressada” e sem discussão com os principais envolvidos, ou seja, os trabalhadores, sobretudo das agências). A Associação reiterou que qualquer que seja o modelo implantado tem que considerar, antes de tudo, a missão e o caráter desenvolvimentista do BNB, levando em conta, principalmente, as pessoas, a tecnologia, as instalações e a garantia de direitos; enfim, com planejamento participativo, sem atropelos, com democracia e sem causar impactos negativos aos recursos humanos.


Os dirigentes citaram ainda questões preocupantes já postas que apontam para prejuízos e danos aos funcionários, como perda de comissão e remoção, e solicitaram que o assunto fosse rediscutido e a medida revista, com participação e debate amplo.


O Banco negou que haja direcionamento central e pressão nas unidades quanto ao processo para implantação do modelo, diferentemente de como circulou a informação na Bahia. Informou ainda que o assunto será pautado no fórum de gestão que ocorrerá na próxima segunda-feira em Salvador (BA), e que contará com a participação de representantes da direção geral.


É oportuno enfatizar que medidas dessa natureza não estão sendo adotadas apenas no BNB. Como se sabe, é fato, a implementação de medidas de reestruturação no conjunto dos Bancos públicos, têm ocasionado prejuízos aos funcionários e descaracterizado a essência das instituições. “Não há como aceitar a ideia de que essa reestruturação seja isolada. Está no contexto da desestruturação dos bancos e de outros órgãos públicos, levado a efeito no país pelo governo. Por isso a luta deve ser ampla e agregar todos os trabalhadores na resistência. Esse modelo proposto não atende à perspectiva de um banco de desenvolvimento; não resolve as nossas demandas e não é esse o BNB que o Nordeste precisa. É necessário estarmos atentos e mobilizados, mais do que nunca”, afirma Rita Josina, Diretora-Presidente da Associação.


Condições de trabalho – A Associação questionou sobre a estrutura de algumas agências. Assim, reiterou a demanda de que o Banco aponte soluções para os problemas mais sérios de funcionamento e estrutura. Na oportunidade citou especificamente o caso de Granja (CE), por já ser recorrente o clamor dos funcionários e clientes nessa perspectiva. O Banco afirmou estar ciente do problema, que já estaria adotando os procedimentos necessários para que em até 10 meses a agência esteja funcionando em novas instalações.


Audiência pública – A reestruturação do BNB foi um dos assuntos abordados na 52ª Reunião do Conselho de Representantes da AFBNB, ocorrida nos últimos dias 21 e 22 de agosto em Brasília, principalmente durante o seminário ‘Desenvolvimento Regional, Prioridade Nacional’, no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos  Deputados, que integrou a programação do evento.  Sensibilizados com os depoimentos dos trabalhadores e com os impactos negativos que o fechamento de agências ocasiona na região, vários parlamentares se manifestaram contrários à medida. Em cumprimento ao compromisso assumido, o deputado Valadares Filho (PSB-SE), Presidente da CINDRA, coordenador de uma das mesas do seminário, em parceria com a deputada Erika Kokay (PT-DF) protocolaram ontem (dia 28) requerimento de Audiência Pública n. 169/2017, que: “Requer a realização de audiência pública para debater o fechamento de agências bancárias de bancos públicos”.


Representações – Participaram pela AFBNB a Diretora-Presidente Rita Josina e os diretores Dorisval de Lima, Assis Araújo; o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio Grande do Norte e da AFBNB, Francisco Ribeiro (Chicão)  ; o diretor da Federação dos Bancários Bahia/Sergipe e da AFBNB, Waldenir Britto, e a presidenta do Sindicato dos Bancários de Feira de Santana (BA), Sandra Freire. Pelo Banco participaram os diretores de administração Cláudio Freire; de planejamento, Perpétuo Cajazeiras; Financeiro e de Crédito, Romildo Rolim; de Controle e Risco, Nicola Moreira e de Negócios, Antônio Rosendo, além dos superintendentes de Desenvolvimento Humano, Marcos Marinelli; de Estratégia e Organização, Cibele Gaspar; de rede de agências, José Válter Bento; e o gerente de Ambiente de Arquitetura Organizacional e de Processos, Luiz Humberto Rabelo.


A AFBNB firme, com resistência e autonomia!


Gestão Unidade e Luta


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