Por Ana Beatriz Leal
Embora tenha trazido respostas para algumas demandas, o BNB apresentou, na negociação desta segunda-feira (26/08), proposta insuficiente para finalizar o acordo específico.
Questões essenciais carecem de debate e aperfeiçoamento, a exemplo da PLR (Participação nos Lucros e Resultados), que o banco afirmou depender da Sest (Secretaria de Controle de Empresas Estatais), e o PCR (Plano de Cargos e Remunerações), que não tem minuta da comissão paritária para conhecimento coletivo e discussão entre os membros.
Problemas também na reclassificação das agências, que implanta a remuneração variável para os funcionários e provoca distorções, a falta de critérios objetivos e claros sobre o convergente-avaliação de pessoal, além de plano de funções/concorrências, que não coloca a competência como prioridade e apresenta indícios de preferência pela escolha pessoal da gestão.
Diante das lacunas, a CTB Bancários defende que a CNFBNB (Comissão Nacional dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil) oriente um calendário de mobilização específica no BNB a partir desta quarta-feira (28/08), quando acontece a próxima rodada de negociação, a partir das 16h, em São Paulo.
Para a diretora do Sindicato dos Bancários da Bahia, Jeane Marques, o banco precisa avançar mais. “Avaliamos como insuficiente ainda. Não temos nem metade das propostas analisadas e as mais importantes estão sem respostas. Aguardaremos a próxima negociação, mas vamos nos mobilizar e, a depender das respostas, podemos ter greve”.
Alguns pontos da pauta tiveram retorno. Sobre o trabalho híbrido, o banco propôs manter a comissão paritária e aumento de 30% para 50% do percentual de funcionários que podem se beneficiar dessa modalidade nas unidades que são público-alvo. A CNFBNB defende que a opção esteja disponível para todos os empregados.
Quando houver a eleição do Caref (Comissão de Ética e do Conselho de Administração), a empresa se comprometeu a construir comissões eleitorais paritárias.
A instituição propôs ainda a indenização automática das ausências abonadas, caso não sejam utilizadas e nem indenizadas a pedido do trabalhador durante a vigência do acordo.
Quanto o tema é diversidade, a proposta é de concessão a todas as mulheres de 17% de bonificação na pontuação no Promova-se no quesito “experiência profissional” e participação equânime das bancárias nos processos seletivos. Além disto, a criação de grupos focais de identidade de gênero e raça/cor. A CNFBNB ressalta a importância da mesma iniciativa para PCD e neurodivergentes.
Em relação à saúde e bem-estar, o banco propôs o compartilhamento da redução da jornada para pais de filhos com deficiência, em caso de ambos serem funcionários do banco. Além disso, webinars com o apoio de especialistas em temas como saúde mental da mulher, assédios moral e sexual, gerenciamento de estresse, mindfulness e meditação, prevenção à Síndrome de Burnout, equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, educação financeira e impactos na saúde mental, cultura de respeito e inclusão.
A inclusão de até três dependentes por empregado no Gympass e o encaminhamento de atestados médicos via sistema, para análise da Central de Saúde, sem interferência do gestor da unidade, e escolha de uma opção dentre três de empresas fornecedoras disponibilizadas pelo BNB, com pelo menos 20% das escolhas dos funcionários em pesquisa interna prévia, também estão entre os retornos dados.
Após pedido da Comissão Nacional, o BNB vai incluir cursos relacionados ao assédio moral e sexual na trilha de formação bancária, além de aceitar a extensão do prazo para compensação do saldo remanescente de horas do banco da pandemia de Covid-19 para 31 de agosto de 2025.
Sobre os auxílios alimentação e refeição, o banco garantiu o crédito dos benefícios relativos ao mês de setembro no final deste mês, mesmo ainda não tendo sido encerradas as negociações para o fechamento da Convenção Coletiva de Trabalho e do acordo aditivo específico.
