O mercado festeja, enquanto o planeta seca

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“Quando a última árvore cair e o último rio secar vão descobrir que dinheiro não se come”, diz célebre provérbio indígena. Enquanto isso não acontece, somos obrigados a ler manchetes como esta: “Com escassez no horizonte, água é opção de investimento no mercado financeiro”, do InfoMoney, ou esta: “Olimpíadas: polêmica com Rio Sena mostra que investir em água pode ser oportunidade”, do E-Investidor (Estadão). Note que o teor do título é o mesmo, como o capitalista pode lucrar com o colapso hídrico.

Esse problema não é novo e já vem sendo denunciado há tempos, com destaque, a partir do momento em que a água passou a ser cotizada no mercado de futuros da bolsa de valores, como mostrou essa reportagem do El Pais, publicada em 2020 (fonte).

À publicação, Pedro Arrojo, economista e relator especial da ONU aos direitos humanos à água potável e ao saneamento, se mostrou totalmente contrário a esses mecanismos financeiros. “Essas trocas de concessão entram em contradição flagrante com as bases com que se administra um bem público, mais do que flexibilizar, isso é o livre mercado que faz negócio com água, de repente alguém faz dinheiro vendendo um direito que o Estado lhe deu de graça”, frisou.

A partir desse contexto da entrada da água no mercado de futuros da Bolsa de Valores, foi criada, por iniciativa da rede global ÁGORA dos Habitantes da Terra, a 100.000 jovens pela água. A proposta é fomentar uma luta global contra a privatização da água.

Vale destacar que a 100.000 jovens pela água foi uma das organizações presentes e atuantes na 1ª Plenária da Campanha Nacional por Direitos Sociais.

Precisamos ficar atentos, acompanhar este trabalho, para juntos lutarmos contra a privatização da água, um bem de todos os seres vivos do planeta que, jamais, poderá ser privatizado para benefício e lucro dos mesmos de sempre.

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