Fórum BNB de desenvolvimento: AFBNB repudia instrumentalização para propaganda contra a sociedade e ataque às entidades de trabalhadores

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A AFBNB esteve na manhã de ontem (6), representada pela presidenta Rita Josina e pelos diretores Assis Araújo e Dorisval de Lima, na abertura do XXIII Fórum Banco do Nordeste de Desenvolvimento e o XXII Encontro Regional de Economia.


A Associação considera o Fórum um importante instrumento para se pensar políticas de desenvolvimento, por unir o pensamento acadêmico e a própria ação do Banco, servindo não apenas como espaço de formação para estudantes e o próprio corpo técnico do Banco, como também de construção de possibilidades para os gargalos do desenvolvimento regional.


Por isso, mais do que estranhamento, causou indignação a palestra feita pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Ernesto Lazardo, no primeiro painel “BNB – 65 anos fazendo a diferença na vida das pessoas” quando abordou “as razões econômicas das reformas da previdência, trabalhista e desafios da nação”, totalmente descontextualizada e direcionada a corroborar com as medidas levadas a efeito pelo governo.


Tais medidas vão justamente na contramão do desenvolvimento que desejamos, pois geram exclusão social, fragilizam relações, retiram direitos, enfraquece o setor público.  Elas representam um atentado à Nação em vários sentidos, sobretudo sob o ponto de vista macroeconômico. Isto pela iminente possibilidade de causar entraves para a adoção de políticas de desenvolvimento e, sobretudo, por fragilizar os instrumentos constituídos para tal, os órgãos públicos, a exemplo do BNB.


Lazardo empenhou-se em tentar justificar o que significam as reformas para o país utilizando frases como “o desenvolvimento e crescimento vão ficar muito comprometidos (sem elas)”, que as reformas assegurariam a “estabilidade das principais variáveis macroeconômicas”, que o objetivo não é “retirar direitos”.


Utilizando-se de falácias – falta de recursos na previdência (quando sabemos de dívidas previdenciárias bilionárias de grandes empresas, inclusive instituições financeiras, cujos dados mostram que somente 1mil grandes empresas devem mais de R$ 200 bilhões à Previdência, e deste total apenas R$ 27 bi estão sendo negociados); mudanças positivas nas relações de trabalho (quando o que haverá é o esfacelamento da CLT e a perda de direitos conquistados com muita luta) – o presidente do IPEA ainda atacou sindicatos e associações e desqualificou o enfrentamento que vem sendo feito pelas entidades representativas, atribuindo-o tão somente ao fim da contribuição sindical. “Está aí a razão de tanto quebra-quebra”, enfatizou Lazardo.


O espanto e a indignação da AFBNB foram compartilhados por tantos outros presentes, bem como por quem tomou conhecimento do teor da abordagem.


A AFBNB classifica como lamentável, vergonhoso e preocupante e repudia a instrumentalização de espaço tão qualificado para uma propaganda enganosa pró-Governo, com exposição de ideias totalmente contrárias às lutas dos trabalhadores, à própria instituição BNB e ao desenvolvimento da sua área de atuação. 


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